Introdução
Deus
conhece as obras de todas as Igrejas. Algumas coisas ele aceita, outras
reprova. As cartas se referem a cada Igreja ou crente que trabalham para Deus
e, algumas coisas fazem de acordo com sua vontade, outras são erradas. As
cartas representam “as coisas que são”,
o tempo presente. Desde que João as escreveu até a sua vinda, cada crente
precisa examinar a Palavra para agir como Deus aprova. Assim, discorremos sobre
as cartas de Apocalipse, comparando-as às Sete Parábolas de Mateus 13.
Primeira Carta a Éfeso
A
palavra Éfeso é traduzida por “Desejado”.
Era uma cidade política e comercial da Ásia, na orla marítima do rio Caister. O
porto era o mais importante. Por este motivo tinha contato com pessoas e
culturas do mundo todo. Estava exposta às influências dos que viam de vários
lugares. Nela havia cultos pagãos como, por exemplo, o culto a Artemis (At
19.24,40). Era instruída e estabelecida na doutrina bíblica. Paulo ensinou,
ali, quase, três anos (At 19.10; 20.27,31). Éfeso corresponde à igreja no fim
da Idade Apostólica.
O
pastor estava nas mãos de Jesus que tem o poder sobre toda a igreja e é quem
trabalha e opera no seu meio. Portanto, Deus aprova o trabalho, a ocupação, a
ação moral, a paciência, o zelo, a doutrina, a disposição para sofrer, as
atividades e a perseverança. Elogiado por suportar os sofrimentos e não aceitar
os “maus” que é contra o “bem”. Colocou à prova os que se diziam
apóstolos, e não eram, e que ensinavam mentiras premeditadas com o intuito de
enganar pessoas na igreja, que viviam uma vida errada participando dos cultos
pagãos (At 19.24-40). O Pastor cuidou para que não houvesse esse tipo de gente
na igreja, pois, era sua obrigação.
Mas,
por causa disso, arrumou um problema que ocasionou sua repreensão. A falta: “deixaste o teu primeiro amor”. O amor a
Deus diminuiu. O esforço foi grande contra os falsos apóstolos e os partidos
dentro da igreja, que brigavam pela sucessão apostólica ou a substituição de um
para o outro, cresceu e tornou o problema. A preocupação foi tanta que não se lembrou
do amor Ágape (At 2.41; 4.32).
A
sentença é a retirada do castiçal, e significa perda da posição de metrópole
religiosa. Seria, urgentemente, necessária uma mudança de mentalidade e
comportamento. As atitudes deveriam se voltar ao primeiro amor, vencendo o mal
e o egoísmo para alcançar a vida eterna.
Nossas
igrejas têm muito menos coisas boas do que Éfeso. Imagine quanto nos falta para
agradar a Deus? E nossa vida individual e espiritual?
A Primeira Parábola (Do Semeador)
Observe
que se trata de “semear”, isto é, a “Parábola do Semeador”. A parábola nos
mostra que a igreja de Éfeso era apostólica e, portanto, deveria se ocupar com
a Palavra de Deus com amor, “o primeiro
amor”. Mas, o cuidado com as obras deste mundo foi à falha, pois, a igreja deixou
o primeiro amor que havia nos dias logo após o Pentecostes, ocasionando a
frieza espiritual. “Tenho, porém, contra
ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, e
arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei,
e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres” (Ap 2.4,5).
Uma igreja atípica quanto ao posicionamento diante do Senhor, tende a se tornar
um local de encontros formais, sem a preocupação com o espiritual e a devoção a
Deus. Sua frieza logo é notada nos ensinamentos do “dirigente”, pois, as
mazelas desse mundo o tornam “frívolo” no trato e na dispensação da vontade de
Deus. Torna-se um elemento mecânico e manipulável diante das circunstâncias que
requerem sua atenção especial, como é o caso que envolve certos tipos de pecado
na Igreja.
Segunda Carta a Smirna
O
nome Smirna quer dizer “Mirra”. É a
igreja do sofrimento. Estava estabelecida num período de grande perseguição; de
heresias trazidas pelos nicolaítas, e pretensos guardadores da Lei de Moisés.
Esse período culminou com grandes perseguições por parte do Império Romano. O
não cumprimento dessa ordem resultava em morte certa. Era a igreja perseguida. A história registra dez perseguições
religiosas movidas pelo paganismo dominante. Os cristãos viviam sob a intensa
pressão por não aderirem ao paganismo reinante na sociedade. (No meio dos sofrimentos, Smirna ouve que há
um Salvador Eterno [primeiro e último] (Sl 90.2; Hb 13.8); o qual soube sofrer
[foi morto e reviveu]). Representou os anos 100 a 316 d. C. A partir de 316 D.C,
o imperador Constantino aboliu as perseguições aos cristãos.
Jesus
contemplava a tudo, pois, era “o primeiro
e o último” e via o que se passava com seus servos e a conduta com a obra.
O pastor passava por uma grande dificuldade devido à pressão dos romanos, e
sofriam com isso. Os imperadores retiravam seus bens materiais para que, assim,
aderissem aos cultos pagãos idólatras.
A
igreja de Smirna era perseguida devido à conduta e exemplo de fidelidade ao
Senhor. Passavam por estrema pobreza materiais, mas em sentido espiritual era
rica. O Espírito Santo estava entre eles, ajudando-os (Tg 2.5). Um dos
problemas, existente ali, era a “blasfêmia”
porque queriam transtornar a fé com ensinamentos torcidos e orações
demoníacas. Sempre se reuniam para
tentar destruir a igreja e levantar “sua
grande sinagoga” (assembléia de homens).
Entretanto,
era a sinagoga de Satanás, inimigo da raça humana. Sua função era destruir a fé
do anjo da igreja em Smirna, só assim eles venceriam.
Deus
não especifica as obras, mas a tribulação e a pobreza. Era rica para com Deus.
A recomendação é: “Não temas”, mas
prediz a tribulação de dez dias. São entendidas como as dez perseguições oficiais
movidas pelos imperadores romanos. A exortação é: “Sê fiel até a morte...” O sentido não é até morrer de velho, mas
até enfrentar a morte se for necessário. Significa encarar o “martírio”. Em Smirna Deus nada
reprovou.
Esta
igreja de Smirna revela seu grande sacrifício enfrentando os artifícios malignos,
permanecendo fiel ao seu Senhor. É um exemplo que todas as igrejas deveriam
seguir, ainda mais, no mundo como o de hoje, onde as pessoas são facilmente
descartáveis quando externam suas opiniões doutrinárias. Falar a genuína
Palavra de Deus é incorrer no martírio da morte espiritual e, às vezes, até física...
Segunda Parábola (Do trigo e do joio)
O
joio é facilmente confundido com o trigo, porém suas propriedades são altamente
venenosas, principalmente no contexto espiritual. É uma espécie de ervilha
brava, com folhas pinuiladas e com flores papilionáceas de cor azul-purpurino
ou vermelha, facilmente se distingue do trigo. É uma gramínea venenosa e quase
se confunde com o trigo, enquanto ambas estão ainda novas, mas depois de
crescidas, não se confundem mais (Mt 13.29,30).
Representa
a igreja do tempo das dez perseguições imperiais. É a igreja que enfrenta os
falsos obreiros, falsos profetas, falsos mestres, falsos irmãos, falsos
pastores, falsas testemunhas e falsos cristos, etc. Ela enfrenta o tempo de
amargura com os falsos judeus em seu meio.
Paulo,
na carta aos Filipenses, incentiva os crentes a ficarem e se guardarem dos maus
obreiros, e em Coríntios fala do que sofreu por causa deles (II Co 11.13; Fp
3.2). Confessa a Timóteo e cita o nome de Demas que o desamparou, e Alexandre o
latoeiro que lhe causou muitos males. Paulo diz a Timóteo para se guardar
deles, porque eram obstinados (II Tm 4. 10, 14, 15). Mas, “deixai crescer ambos juntos até à ceifa; e, por ocasião da ceifa,
direi aos ceifeiros: Colhei primeiro o joio, e atai-o em molhos para o queimar;
mas, o trigo, ajuntai-o no meu celeiro” (Mt 13.30).
A
modernidade é necessária dentro dos parâmetros essências, mas quando se trata
da igreja de Cristo, é preciso muito cuidado! No “oportunismo” adjacente é
percebido que os falsos obreiros, falsos mestres, falsos profetas, falsos
irmãos, etc., são a crescente lavoura do inimigo que lança suas sementes
malignas, transformando a “Seara” de Cristo, numa mescla de distorções
partidárias e politiqueiras levando muitos a se confundirem espiritualmente. Os
muitos questionamentos, quanto à primazia de Cristo no seu ambiente, são
rechaçados como intromissão no alheio. Não é possível que um mero membro do “corpo
glorioso” chamado igreja possa ter pessoas que questionem os “dogmas
doutrinários”, principalmente se mencionarem a “Igreja Primitiva”, a qual é o
padrão a ser seguido. É, muitos dentro da igreja carregam o estigma da mentira,
o selo do diabo!
Terceira Carta a Pérgamo
Esta
é a igreja mundana, e seu significado parece ser “elevado” ou “casamento”.
Retrata a época em que a igreja viveu sob os auspícios imperiais, com a
conversão de Constantino. Ela representa os anos 320-500 d. C., quando se deu a
união da igreja com o Estado. Pérgamo era o centro intelectual de sua época por
ser a “cidade que construiu um templo ao
imperador de Roma”. Era progressiva, com um acervo bibliotecário com mais
de “duzentos milhões” de volumes,
perdia apenas para a biblioteca de Alexandria. Abrigava a famosa estátua de “Zeus”, o protetor da cidade, e isto a “orgulhava”.
Também
era o centro de culto pagão e capital administrativa da província romana na
Ásia. Multidões participavam dos eventos pagãos, realizados nos templos, e se
regalavam com as iguarias oferecidas aos ídolos. O ponto mais alto das festas
era a “promiscuidade” sexual. A
igreja sofria fortes pressões para transgredir a Lei de Deus e aderir à
adoração aos deuses romanos e gregos.
Era
a cidade mais idólatra de toda a província da Ásia. Famosa por sua escola de
medicina, onde “Esculápio”, o deus da
saúde, era adorado por sua serpente enroscada num cetro.
Deus
diz “eu sei onde habitas que é onde está
o trono de Satanás”. Era difícil ser crente ali, mas aquela igreja manteve
o nome de Deus, e não negou a fé (Ap. 2.13). Deus reprova a tolerância para os
que seguiam a doutrina de Balaão. Este lançava tropeços diante dos filhos de
Israel, para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. Ele
queria ganhar o premio oferecido por Balaque e ao mesmo tempo agradar ao Senhor
(Mt 6.24; Nm 31.15,16). Hoje o mal do “racionalismo”
humano dentro da igreja é querer interpretar a Bíblia pela razão e a doutrina
somente pelo raciocínio. A palavra “Balão”
(hebraico) equivale a “Nicolau”
(grego) o que era “obra dos nicolaítas
tornou-se doutrina naquela igreja” (Ap 2.15).
O que ocorria em Pérgamo é que o pastor não tomava providência e
deixava os ensinamentos fluírem na igreja e isso contaminava a todos. Significa
que a igreja estava em união com as coisas corrompidas do mundo. Havia a
tolerância para os seguidores dos nicolaítas. Deus aborrecia (Ap 2.15). A
exortação é: “Arrepende-te”. Jesus
viria a ele, por intermédio de uma guerra por sua vontade, e destruiria a ele e
as pessoas contaminadas por tudo aquilo com “a
espada da minha boca”.
As misturas acontecidas entre o sagrado e o profano permeiam as igrejas
deste século. Um século conhecido como o “século das luzes”, fez com que se
infiltrassem muitos nicolaítas no meio cristão. Dentre os falsos pastores estão
aqueles que amam o prêmio de Balaque e, parafraseando o fato, estão vendendo
falsas profecias a troco de “cachês” elevados, vendo um produto espiritualizado
pela ressonância pagã, isto é, estão copiando os “jargões” repetitivos da “confissão
positiva”. Podemos resumi-los como sendo profetas da mentira e do engano,
verdadeiros seguidores de Balaão.
Terceira Parábola (Do grão de mostarda)
Pérgamo, a igreja, existiu no tempo de Constantino, por isso é
comparada a Parábola do Grão de Mostarda. A representação que damos a esta
analogia é que a igreja simples cresceu, porém, as aves imundas (as nações, o
mundo, a carnalidade, etc.) fizeram seus ninhos na grande árvore em que se
transformou a igreja.
A igreja da atualidade tornou-se muito moderna, e aderiu ao movimento
eclesiástico de o “evangelho imediatista”. Muitas pregam a materialidade da
benção divina, sendo no caso, o “ter” mais do que “ser”, e com isso agrupam
multidões para ajuntarem bens materiais e auferirem-se o destaque de “chamados”
e “abençoados” de Deus. Mas, e quanto ao restante das pessoas que compõem a
estrutura da “sociedade ecumênica” que eles mesmos criaram. Onde está Deus
nesse intuito de apresentá-lo apenas como um produto a ser comercializado pela “ganância”
desses homens? Pense bem! A igreja não é um supermercado de “fast food”, ela o
corpo de Cristo, e como tal se move conforme a Sua vontade. Certamente, o Balaão de hoje encontrará sua mula para evitar dano maior.
Quarta Carta a Tiatira
“Que sacrifica sempre”. Localizava-se na estrada, entre
Pérgamo e Sardes. Era a cidade de Lídia
(At 16) e gabava-se dos seus artesãos, formando grandes associações comerciais.
O poder dos artesãos era devido à habilidade que tinha em moldar belíssimas
esculturas, e pelo fato de seus produtos monopolizarem o mercado. Suas obras
eram usadas como ornamento na maioria dos Templos pagãos. O sucesso do artesão
dependia da participação na associação que, para proteger a estabilidade
financeira, exerciam forte pressão sobre os crentes, na tentativa de levá-los a
idolatria e à vida cômoda. Ela representa a igreja entre os anos 500 a 1517 d.
C., quando aconteceu a Reforma.
Jesus se identifica como a segunda pessoa da Trindade, indicando
possuir os mesmos atributos naturais e morais de Deus. Ele é destacado em toda
a Escritura, pois, sua vinda ao mundo foi para executar o plano da salvação.
Seu nascimento foi sobrenatural e divinamente conduzido pelo Espírito Santo (Sl
2.7; Lc 1.35). Um dos atributos que Cristo possui é a Onisciência, e purifica
todas as coisas e seus juízos são firmes e brilhantes.
A Onisciência do Senhor revela que ele estava vendo as obras, amor,
serviço, fé e paciência. Viu que as últimas obras foram mais do que as
primeiras (Ap 2.19). Jesus elogiou seu trabalho e ações. Mas, não era
suficiente o esforço sendo que, esquecia as ovelhas, e aceitava ensinos
absurdos na igreja. Havia uma coisa contra, pois, tolerava o ensino de Jezabel.
Uma mulher que se dizia profetiza e ensinava uma teologia diabólica. Ela foi a
mulher que, como rainha, oficializou o culto idólatra em Israel (I Rs 16.31;
21.25), que ensinava os crentes de Tiatira o engano da prostituição e da
idolatria.
Alguns crentes não se contaminaram com seus ensinos e, por isso, foram
exortados e receberam promessas porque retiveram a Palavra de Deus. O restante
estava totalmente reprovado (Ap 2.24,26).
Quarta Parábola (Do fermento)
No período que compreende o ano 60 a 1517, a igreja sofreu reveses e
modificações. Algumas apostataram da fé genuína, seguindo ensinos meretrícios,
adulterando e mutilando a Palavra de Deus. Acrescentaram inverdades, levando
muitos crentes a perderem sua identidade cristã.
Nesse período nota-se a ascensão do clero romano que, com seus dogmas
católicos, tornou-se a figura de Jezabel. Roma passa a dominar a crença de
muitos com inovações dogmáticas, introduzindo o culto as imagens, a hóstia, o
purgatório, o celibato, entre outras heresias antibíblicas... O catolicismo e
outras religiões são um tipo de Jezabel, a meretriz, a mulher que colocou
fermento na massa do cristianismo.
Quinta Carta a Sardes
“Os que escapam”. “Remanescente”. Foi a
primeira cidade dessa região a receber o evangelho, e a primeira a desviar-se
da fé, e uma das primeiras a cair em ruínas. Como período da igreja, Sardes,
corresponde ao período da Reforma que produziu o protestantismo com suas
ramificações (1600 d.C.(1.600 d.C.).
A principal cidade da Lídia, situada num o vale de rochedos íngremes,
quase intransponíveis. Ficava entre os cruzamentos das estradas imperiais que
ligavam Éfeso, Pérgamo e Smirna com o interior da Ásia Menor. Podia ser
avistado, a uma distancia de 10 quilômetros, seu famoso cemitério em toda
região. Sardes era famosa e próspera por suas indústrias de tingimento de
tecidos e lã; e, por sua arte e artesanato. Um riacho, o Pactalo, a cortava de
ponta a ponta, e era uma fonte natural de ouro. Por isso, Sardes, tornou-se a
primeira cidade a cunhar sua própria moeda de ouro e prata. Sua prosperidade a
tronou um epíteto (apelido) para sua opulência (magnificência).
Embora Sardes fosse uma cidade bem protegida contra invasões, por suas
cercas foi conquistada em 546 a. C., por exércitos que escalaram os rochedos.
Da mesma forma ocorreu sua queda em 214 a. C. A cidade não aprendeu a ser
vigilante com a experiência passada. Por isso, talvez, ela adquiriu a
representação de igreja morta, compreendida no período de 1517 a 1750 d. C.
Nesse tempo teve inicio a intensa fase contemporânea de evangelização e
missões.
Jesus, com sua introdução, revela autoridade sobre os anjos no céu e
sobre os pastores nesta terra. Sua Onisciência, novamente, se caracteriza pelas
palavras que pronuncia: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives, e
estás morto. O anjo da igreja ostentava apenas a aparência espiritual, mas seu
interior estava corrompido. Havia deixado as coisas espirituais e se preocupou
apenas comas coisas terrenas. Esse é o grande perigo! Anjos falam de luz e as
estrelas também, porém, o pastor já não tinha mais essa luz...
Em Sardes havia obras, parecia viva, mas para Deus era morta. A
exortação é: “Arrepende-te”. Muitos
crentes hoje têm obras que Deus reprova. Só uns poucos em Sardes eram fiéis.
Esses seriam recebidos pelo Senhor, “os
que escaparam”, “o remanescente”.
Estes o Senhor “confirma”, tornando
cientes, as ovelhas que escaparam da corrupção.
Quinta Parábola (Do tesouro escondido)
A igreja de Sardes existiu no Tempo da Reforma e pouco depois. Talvez, pelas palavras: “Tens nome de que vives e está morto”, ela representa a “Parábola do tesouro escondido”. Muitos saíram da Igreja Romana, aceitaram alguma coisa do Evangelho, mas não se converteram e estragaram a obra dos reformadores.
Os reformadores foram a
pérola que alavancou o cristianismo com seus remanescentes, entre os quais,
muitos se tronaram mártires da perseguição religiosa promovida pelo clero
religioso da Igreja Romana. Aqui lembramos a “noite de São Bartolomeu”, onde milhares de crentes protestantes
morreram, simplesmente, porque não aceitaram as heresias facilitadas da grande
Babilônia Religiosa que se erguia neste tempo... Os reformadores foram um tipo
de tesouro escondido, que Deus revelou ao mundo no tempo certo, assim como tem
guardado para si o remanescente de Israel e dos gentios, um tesouro muito
grande e precioso...
A Sexta Carta a Filadélfia
Seu significado é “Amor aos Irmãos” ou “Amor Fraternal”. A cidade ficava a 45
quilômetros de Sardes. Antes se chamava “Alesehir”, um porto muito importante
da Turquia. Era uma área de plantação de videiras e produção de vinho. Era o
centro do culto a Dionísio, deus do vinho e da fertilidade. Festivais
religiosos e jogos faziam parte integral da cultura dessa região. Tinha uma
posição privilegiada, pois, ficava sobre uma colina ampla e baixa, fácil de
defender-se. Apesar disso, estava sujeita a muitas calamidades naturais. Uma
dessas calamidades foi o grande terremoto de 17 d.C., que a destruiu
completamente.
Ela é a igreja avivada e
missionária. Representa a igreja cristã na sua fase avivada a partir de 1750. A
luz da verdade brilha, convidando as almas sequiosas e oprimidas a aceitá-las e
a se deixarem guiar por ela (Jo 14.6 cf. Mt
11.28-30). Enquanto “as chaves da morte e
do inferno” (Ap 1.18) se referem à vitória de Cristo sobre a própria morte
e o mundo invisível, “a chave de Davi”,
refere-se ao seu direito como Senhor e cabeça da casa de Davi (Is 22.22),
evidenciando o seu reinado na terra (Dn 7.13,14,21,22,26,27; I Cr 171.12-14; Ap
11.15).
A despeito dos avivamentos
sucessivos verificados em fins dos séculos XIII e XIX, época que corresponde ao
período de Filadélfia, o Espírito Santo, com toda a sua força e liberdade de
ação, têm operado na igreja de um modo maravilhoso. Tem sido até hoje um “porta aberta”, que se evidencia pelas conversões
das massas, pelos de milagres e operações de maravilhas, resultantes do Espírito
Santo que está derramado sobre a igreja (Pv 1.23; Is 44.3; Jl 2.28,29; At
2.17,18,33).
A igreja fiel não sofrerá a
Grande Tribulação, sendo arrebatada antes (cf.
I Co 10.13; I Ts 1.10; I Pe 2.9). A Grande Tribulação é um tempo de angústia
para Jacó e dia de vingança e de indignação e angústia como nunca houve na face
da terra. Aos que preferirem sua morada na terra, e nela tiveram seu tesouro, a
eles está destinada a Grande Tribulação que é o Dia da Vingança do Deus Todo
poderoso contra os homens ímpios.
Aqui está a promessa aos
vencedores de serem “colunas”, isto
é, as pessoas responsáveis em sustentar a responsabilidade com a Palavra e obra
do Senhor, permanecendo em cargos exercendo a obra e testificando sobre o poder
de Deus, a paz eterna, e o maior e único Salvador.
Como em todas as cartas,
aqui o Espírito Santo convoca-os para se libertarem dos perigos e pecado dessa
vida. Ele está preocupado com os que não se contaminaram, e os exortava a
entender e ajudar os outros para pudessem alcançar a transformação espiritual,
no corpo e na mente.
Sexta Parábola (Da pérola)
O movimento missionário que
marchou para evangelizar países distantes, atingindo a China, a Índia, a
África, a América do Sul e o Japão, representa a preciosidade da Palavra de
Deus tipificando a pérola, um tesouro inestimável para o seu possuidor. A
igreja em Filadélfia simboliza a Parábola
da pérola. O corpo de Cristo, os salvos tirados do mundo para estarem com
ele.
Sétima Carta a Laodicéia
Era chamada Theópolis,
cidade de Zeus; foi melhorada e ampliada por Antíoco II, que lhe pôs o nome de “Laodicéia”, em honra de sua mulher
Laodice. Era uma cidade sobre o rio Lice. Parece que Paulo se esforçou para
introduzir o evangelho em Laodicéia, para onde escreveu uma carta, acerca da
qual se refere em Cl 4.16. A cidade foi destruída por um terremoto em 62 d. C.,
e reconstruída pelo próprio povo. O nome compõe-se de duas palavras que juntas
significam “julgamento pelo povo” ou “direitos do povo”. É o retrato exato de
uma igreja que se envaidece. Corresponde ao período final da apostasia.
Era a principal cidade da
província da Frígia, e por estar numa rota comercial importante para o mundo de
então, possuía vários e grandiosos bancos. Era, também, conhecida pela
indústria têxtil que confeccionava belos tecidos para fabricação de roupas.
Possuía também sua escola de medicina, onde produzia um ungüento para os olhos.
Tinha necessidade de água,
um recurso vital para a vida. A água recebida era canalizada de fontes térmicas
distantes, ao Sul, e chegava morna, após passar pelos canos lentos de pedras.
Representa a igreja morna dos dias finais e a opinião do povo substituiu a
Palavra de Deus.
Ao dirigir-se às igrejas,
Cristo apresenta-se a cada uma no caráter mais adequado à condição da igreja
local, que corresponde aos sete diferentes períodos da igreja na terra. Para
Laodicéia Jesus é “o Amém de Deus”.
Ele é o “Assim Seja”. Amém significa
o fim; significa aprovação; significa a prova triunfante; significa a promessa
imutável; significa o selo de Deus. A confirmação final é afirmativa: “Porque todas quantas promessas há em Deus,
é nele amém” (II Co 1.2).
Laodicéia tinha se afastado
do que é real e verdadeiro. O seu estado era completamente desagradável ao
Senhor, por causa do seu espírito e conformismo. “Nem frio nem quente”. Tinha apenas um pouco de frio e de quente.
Tal coração dividido, tal vida indiferente, produz cegueira espiritual na qual
o homem sente-e satisfeito com a sua condição, mas torna-se insensível ao apelo
e à admoestação. É a vida vivida apregoando uma condição espiritual altamente
privilegiada, mas mantendo-se ainda ligada ao mundo, com todas as
participações.
Destes dois estados,
origina-se um terceiro: “morno”. É a
condição moderna das igrejas atuais: “Não
faz mal!” é sempre a expressão ouvida dos lábios de muitos “crentes” modernos. Dizem outros: “Vocês são antiquados e querem ser santos
demais: Isto é fanatismo!” – respondem outros que sempre são censurados. O
Senhor não se deixa levar de respeitos humanos (Dt 10.17; At 10.34; Rm 2.11; I
Pe 1.17). [As obras de Laodicéia provavam o que ela era: “morna e indigna”.] A igreja conformada, que quer somente agradar à
vista, que fica sempre em meio termo, representa os últimos tempos de frieza,
de decadência espiritual (Mt 24.12). Quantos membros nominais de igrejas estão
nas mesmas condições?
Por isso, o “morno” é repugnante e o Senhor não o
tolera. A sentença é: “Porque és morno,
vomitar-te-ei da minha boca”. É o mesmo que dizer: “Tu me tens repugnado, por isso lançar-te-ei fora como vômito”.
Isto simboliza um duro juízo. Disse Jesus:
“Oxalá foras frio ou quente (melhor te seria do que seres morno compenetrado)”;
resta apenas juízo para esse.
Laodicéia considerava-se tão
rica, que o Senhor não fala a ela em dar, mas a exorta a comprar. O que ela possui é falso (cf. Mt 6.19-24; Tg 5.1-3). O Senhor lhe oferece “ouro provado no fogo” (Pv 3.14). Mas,
como os pobres podem comprar ouro? Justamente como podem comprar de Cristo
vinho e leite, sem dinheiro e sem preço! (Is 55.1 cf. Mt 13.44; 25.9). É exortada, também, a comprar vestidos brancos
para se vestir, significando que deve vestir-se da pureza e praticar a justiça
de Deus na terra. O linho fino são as justiças dos santos (Ap 19.8 cf. II Co 5.1-3). Andar despido na
presença do Senhor é não estar preparado para encontrá-lo no arrebatamento da
igreja.
“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às
igrejas”. Em todas as cartas, há esta
advertência. Realmente, o Espírito Santo está continuando a sua obra na igreja
(Jo 14.26), avisando e mostrando claramente a aproximação do fim (cf. Ap 22.17).
Como vimos: o estado da
igreja, figurado em cada uma das últimas quatro cartas, continua até a vinda do
Senhor. O atual DIA DA GRAÇA está prestes a terminar. A dispensação cristã se
aproxima do fim. Gozos e alegrias perenes aguardam o cristão fiel. Cumprir-se-á
a promessa do nosso bendito e amada Salvador: “Virei outra vez e vos levarei para mim mesmo para que onde eu estiver
estejais vós também” (Jo 14.3).
Sétima Parábola (Da rede)
Esta parábola dá representação
à igreja dos últimos dias desta era. Implicando com isso, todos os juízos de
Deus. O principal deles nesta última carta é: “Vomitar-te-ei da minha boca”.
Amei esses estudos das cartas do apocalipse junto com as parábolas.
ResponderExcluirAmei a matéria.
ResponderExcluirJá fiz outro estudo em referente, mas este apresenta-se mais rico em conteúdo e referências.
Grato
Qual a explicação de hades?
ResponderExcluir