08/08/2013

"UM DEUS TRÊS VEZES SANTO"



Introdução.

Não há "Deus" maior do que este que fez céus e terra com o poder de sua Palavra. Suas prerrogativas excedem a compreensão humana e, somente pela fé, podemos aceitá-lo e entender os seus desígnios. E, um de seus atributos imutáveis é a sua santidade! A santidade ao Senhor é algo que devemos praticar e vivê-la cada dia! Não é algo impossível de se alcançar, pois, ele próprio a viveu em sua vida terrena através do Filho encarnado. Dentro desse parâmetro, e na abrangência de sua plenitude, ele não chama mais aos seus discípulos de "servos", mas de amigos, porque o servo não sabe o que o seu Senhor faz, mas os amigos sim. "Já não vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer" (Jo 15.15). Com essas palavras Jesus aproxima mais seus discípulos de si mesmo. Agora, explanando o mais alto conceito de intimidade para com aqueles que o seguem e, firmam com ele, um comprometimento e responsabilidade para com a santificação ou santidade. As palavras de João 15.15 denotam que a santidade do Senhor é mais elevada que o próprio céu. Portanto, as prerrogativas divinas pertinente ao "Deus Três Vezes Santo" é corroborada nas Epístolas Apostólicas, com forte ênfase na Carta de Pedro que diz muito sobre a santidade: "Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância; mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver, porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo" (1 Pd 1.13-16). Esta é uma ordenança doutrinária para todos aqueles que desejam ter uma vida consagrada diante de Deus e dos homens. Portanto, a esse Deus "tri-unicamente" Santo devemos a reverência e a guarda de nossos pés quando entrarmos em sua presença... Não o podemos fazer e qualquer maneira, se assim for, Ele jamais poderá receber o nosso culto, pois, o altar precisa estar preparado e, nesse caso, a nossa alma.


Mais Santo Que o Céu.

Nem todo o séquito celestial poderá ofuscar a Soberania e Santidade do Senhor, pois ele é sem princípio e sem fim. Ele é o Alfa e o ômega, conforme podemos observar no Livro do Apocalipse. Dessa forma, o que se observa é que, na sua amplitude sobrenatural, não há outra coisa a fazer senão pensar em sua pessoa como único Criador de todas as coisas que vieram à existência. Não adianta querermos nos achegar a Ele sem a devida santificação de nossas vidas, pois, sendo "três vezes" Santo, é no mínimo, necessário a nossa santificação também. Na carta escrita aos Hebreus há um versículo que podemos transcrevê-lo como sendo a premissa na vida do cristão, e diz: "Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual (santificação) ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). O mundo oferece o há de melhor, no intuito de ofuscar a consciência humana, a fim de que cada um siga seus próprios princípios religiosos. Todavia, se não houver uma verdadeira conversão, através de Jesus Cristo, de nada adiantará professar qualquer dogma religioso, pois o mundo tem a sua própria religião. Esta, está fundamentada na "relativização da verdade", ou seja, tudo que é transmitido em termos de moral, ética e religião tem como "cerne" principal o próprio homem, suas verdades são baseadas na "primícia satânica" que evoca a soberania humana e, diabolicamente, diz: "Sicut erat dei", que quer dizer: "Sereis como Deus". Ora, se Deus é trinamente Santo, como os seres humanos poderão usurpar dessa prerrogativa divina? Somente Deus é eterno e sua justiça corrobora sua santidade, pois ela opera quando sua santidade é ofendida (afrontada). Jamais poderá ser posta em cheque, pois, trata-se de um Deus "Onipotente, Onisciente e Onipresente", e essa prerrogativa nem, o diabo e muito menos o homem poderá ter. Portanto, Deus é Santo e devemos ser santos como ele o é.

O Caráter, A Palavra e as Obras.

Quanto ao caráter de Deus, o que podemos dizer, em termos de personalidade distinta, é que ele se revela através dos atributos divinos. Atributo é a característica essencial de um ser que lhe é próprio. Os atributos de Deus são singulares e perfeitos. Sé Ele os tem de modo absoluto. Sendo assim, aquele que se revela santo requer que seus seguidores também o sejam, pois, a santidade é parte do caráter de Deus. Há quem questione sua existência, justamente, por não querer a santificação em suas vidas, mas Deus é santo e continuará sendo por toda a eternidade. Quanto ás palavras de Deus, notadamente, as reconhecemos através do "Verbo", ou seja seu "Filho Unigênito". Desde o princípio, por sua santidade e atributos divinos, percebemos que Deus está presente em meio à sua criação, principalmente entre os seres humanos, até porque fomos formados à sua "imagem e semelhança", daí que, a natureza humana, embora decaída por causa do pecado, tem as características de Deus. Como? Os homens (raça humana) foram criados para se distinguirem dos outros animais, pois, entre suas palavras de ordenanças, temos a narrativa da criação do homem em conformidade com o próprio Criador. Ele disse, antes de tudo, "Haja luz", e houve luz... Essa é uma das palavras de ordem suprema, e somente Deus a poderia pronunciar, porquanto entre seus muitos atributos divinos está a característica de ter em si mesmo a "fonte de vida". Dessa forma, é entendido que, dentro das características soberanas e divinas, Deus se revela, através das palavras, à criatura que formou à sua "imagem e semelhança". Então, por mais que escolhamos caminhos, sob nossos próprios passos, teremos, em qualquer lugar a presença de Deus, pois, ele não é limitado ao espaço e ao tempo... Ele é Onipresente! Além disso, outro atributo pertinente ao caráter de Deus é a moral que, por sinal, faz parte da formação humana! Se escolhemos ser imorais, em todos os sentidos, certamente a santidade de Deus será ofendida daí a operação de sua justiça. Deus é santo e não pode suportar a pecado que cheira mal em suas narinas. Outra coisa coisa que podemos observar amplamente no caráter de Deus são as suas obras e, para tanto, basta uma leitura sistemática no Livro de Jó! Esse livro, que tem uma narrativa muito interessante, acharemos personagens que estão, intrinsecamente, ligados à trajetória humana com seus questionamentos acerca do próprio Deus. Jó era "um homem sincero, reto e temente a Deus; e fugia do mal" (Jó 1.1), mas aprouve a Deus prová-lo, permitindo que sofresse com com investida do diabo que lhe causou danos morais e físicos... Em determinada altura do sofrimento aparecem os amigos para o confortar, mas de nada adianta, Jó continua com sua convicção acerca de Deus! Então, a partir do capítulo 38 do mesmo livro, Deus passa a responder aos questionamentos de Jó, inquirindo-o sobre a razão humana. Deus manda que ele cinja os lombos (cingir é uma forma de vestir-se diante de alguém ilustre; também pode ser visto como uma forma de santificação, pois, Deus é santo) e passa a fazer uma série de perguntas. Todas as perguntas feitas a Jó revelam as obras criadoras de Deus! Coisa linda! O livro de Jó, devidamente compreendido, revelam todas as característica de Deus, tanto como autor e consumador da vida em si mesmo, como também revelador de segredos que ao homem natural é desconhecido, sobretudo, os questionamentos acerca da própria existência de Deus. Portanto, Deus tem caráter santo, usa as palavras para se revelar aos homens e executa com maestria as suas obras. Deus está no controle de todas as coisas.

Pecado, Castigo e Suas Obras Justas.

Para um Deus "três vezes santo" é impossível a adaptação de seu caráter imutável em favor da humanidade decaída. Se nele houver tal adaptação, como o querem alguns estudiosos e livres pensadores, adeptos da liberdade religiosa, no sentido de achar que não haverá justo juízo para os incautos, Deus então não seria, infinitamente, quem ele é. Seria apenas uma marionete a executar favores egocêntricos e meramente antropológico. Os homens, certamente, controlariam os rumos de sua própria história. Mas, não é isso que acontece, pois, quando a santidade de Deus é ofendida, por causa do pecado (e aqui enfatizamos o significado de "errar o alvo", teologicamente falando, em todos os sentidos), automaticamente é acionado a sua justiça e, como consequência, é perpetrado o castigo cabível por tal atitude. O amor de Deus está em pleno acordo com a retidão e a justiça das exigências de castigo para o pecador. Esse é um assunto que muitos não querem ouvir falar, porque expõe a baixeza moral e espiritual, pois, é mais fácil inventar um nova religião do que se submeter à santidade exigida pelo Senhor... Entretanto, no seu íntimo amor (Ef 2.4), Deus pagou o maior preço que jamais foi pago (1 Co 6.20), dando seu próprio Filho para ser o sacrifício e resgate dos homens e da sua culpa. Daí, alguém pode falar que estamos vivendo o "tempo da Graça" através de Jesus Cristo, mas, não se iluda, pois a revelação e interpretação de "Graça" é, justamente, o carrasco psicológico na vida de muita gente! Achar que Deus quer apenas o coração é o mesmo que mutilar o ser humano, inculcando na mente que as obras praticadas "lascivamente" não sofrerão seus danos... Ora, se a santidade de Deus corrobora que devemos ser tal como ele é, porque ensinar que Deus se limita a querer apenas o coração? Isso não passa de ideologia humana, e tem como base fortalecer as heresias no meio do povo de Deus... Lembram-se da frase "Sicut erat dei"? Pois é, são ensinamentos assim que levam o povo a pecar e a sofrer o castigo justo do Deus santo e verdadeiro! O Senhor odeia o pecado, seja ele qual for! Ele castiga o pecado e o praticante sofre o seu dano, pois, "aquilo que o homem semear, ele colherá". Outra coisa importante é que, nas Sagradas Escrituras, não é mencionado nenhum outro caminho que possa levar a Deus, nem pelas obras e, muito menos, por méritos humanos. As obras não salvam e nem podem santificar a vida de quem quer que seja. Apenas "o sangue de Jesus purifica o homem de seus pecados"! Resta saber que Jesus foi tentado em tudo como homem, mas nele não houve pecado. Assim, é fácil entender o porque a santidade de Deus deve corroborar a nossa vida em toda a sua extensão. "Sede santos porque eu Sou Santo" (1 Pd 1.16b), esta é a atitude mais plausível adotada por quem denomina-se cristão. Ser santo, ou buscar a santificação requer exercício de fé e altruísmo por parte dos crentes e, com a ajuda do Espírito Santo, a vida terá um reflexo positivo sobre os especuladores acerca de Deus, revelando-o como Ele é...

Coração, Palavras e Atitudes do Cristão.

As injustiças praticadas pelos homens, ainda que busquem justificavas, não podem operar a justiça de Deus. Os que tais coisas praticam ferem a "semelhança de Deus"  em si mesmo porque, ainda que se achem justos serão, permanentemente, pecadores por causa da natureza decaída. Somente Cristo pode perdoar os pecados e purificá-los através do seu sacrifício na cruz do Calvário. No coração do homem estão seus sentimentos e seus pensamentos são de maldade, pois, entre as circunstâncias humanas e os atributos de Deus existe um abismo que só pode ser transpostos pela conversão. Isso significa que todo o homem deve refletir sobre sua própria condição efêmera diante do Criador, julgando-se impenitente, até que tenha voltado nos próprios passos e experimentado a "genuína conversão"! Vale dizer que, todos devem revisar suas atitudes enquanto cristãos e servidores da causa de Cristo, formando assim, a sua igreja. O coração não deve abrigar qualquer sentimento faccioso, pois, dele "procedem as saídas da vida". Se nele houver qualquer distúrbio arruinante como: ciúmes, invejas, porfias, ódio, e outros sentimentos decrépitos, jamais o homem poderá encontrar a santificação em sua vida. Convergir é voltar pelo caminho que veio e, voltando pelo mesmo caminho, o homem poderá ajuntar seus próprios pedaços e consertar-se diante de Deus. Cristo é o restaurador de "vidas quebradas pelo pecada", somente ele tem o poder de oferecer a "Graça" pela salvação proporcionada no sacrifício da cruz. As palavras são outra ferramenta que, mau utilizada, podem abrir um calabouço sem fundo e trancafiar a alma na mais perpétua escuridão. Assim, é salutar observar o que está escrito na Bíblia Sagrada, que diz: "Seja o vosso falar sim, sim; não, não o que passar disso é procedência maligna". Enfim, coração, palavras e atitudes, requerem um controle espiritual que somente Deus, por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pode oferecer. 

Conclusão.

Para um Deus "três vezes santo" não difícil alcançar a execução de seus planos através da história humana, pois, ele mesmo na pessoa do Filho desceu dos céus e andou sobre a terra. Viveu como homem, morreu como homem, mas ressuscitou com Deus-Filho e assentou à direita do Deus-Pai! Em sua santidade o próprio Deus falou acerca de Jesus, dizendo: "Este é meu filho amado, em quem me comprazo" (Mt 3.17). Jesus foi um exemplo de homem cristão no seu tempo, mas também foi um exemplo de santidade. Fez tudo o o Pai lhe ordenara, mesmo quando estava perto de morrer, não sucumbiu por causa da angústia em sua alma. Foi ao matadouro como ovelha muda, não abriu sua boca, não justificou-se a si mesmo, apenas foi levado para o suplício da cruz, onde clamou com grande voz: "ESTÁ CONSUMADO". Portanto, amados em Cristo, sejamos santos porque Deus é santo. Amém! 

Que as benção de Deus, a alegria do Espírito Santo, e a salvação em Cristo Jesus possam inundar a vida de todos aqueles que desejam "viver piamente o Evangelho de Cristo".


Fontes:

BERGSTÉN, EURICO, 1913 - A Santa Trindade: O Pai, o Filho e o Espírito Santo. Rio de Janeiro, CPAD, 1989;
TEOLOGIA SISTEMÁTICA. Stanley M. Horton; 1ª. ed. Rio de Janeiro, CPAD, 1996.
A BÍBLIA SAGRADA. Trad. em Português por João Ferreira de Almeida. Revista e Corrigida. Ed. 1995. São Paulo: SBB, 1995  
DICIONÁRIO PRIBERAM DA LÍNGUA PORTUGUESA, 2013. Disponível em: 
http://www.priberam.pt/dlpo/ Acesso em: 08 ago. 2013. 

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