“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pe 2.4).
INTRODUÇÃO.
A casa e a sabedoria é um texto elaborado para refletir sobre o comportamento cristão na atualidade. A situação demanda urgente reposicionamento quanto às doutrinas bíblicas, visando esperança, experiência e fé, atitudes oriundas da tribulação, perseguição e lutas por amor a Jesus e pela causa do seu Reino. Mas, infelizmente, fatos revelam cada vez mais, situações corporativistas que misturam espiritualizações sob as causas e efeitos nocivos que destroem a alma...
PREGADORES LOUCOS.
As pregações de hoje se fundamentam na materialidade do palpável. Só é bênção se puder tocar, manusear e degustar... Os sapatos têm de ser de pelica, o “terno” de bom caimento e a aparência impecável. A apresentação “humana” deve ostentar uma realeza material conforme os padrões terrenos, fazendo crer que o milagre só é liberado nessa ordem materialista. Com isso, “fazendas” de pregadores dessa “nova ordem declaratória” aumentam e impõe a Deus a intolerância das criaturas. É herético quanto à banalização da divindade de quem está no controle de tudo e todas as coisas. As almas estão “abusadas” pela insistência do culto ao corpo, tórrido e perdido no rio da soberba, que é a fonte inspiradora dos sem consciência que manipulam a mensagem para enriquecer a custa dos neófitos.
RECEBENDO O QUE?
A alimentação não é mais baseada nos “gafanhotos, mel, queijo ou ervas amargosas”...; mas, nas fatias suculentas de picanhas ao ponto, bem passadas e mal passadas, adquiridas com as pregações materialistas, como: “RECEEEEBBAAA!”; ou, “Olhe para quem está do seu lado e diga..., isto ou aquilo”; e ainda; “Profetize para seu irmão do lado, dizendo que..., isto ou aquilo”; como se isso fosse extraordinário..., ou que tenha base bíblica para a inovação! São edificadores de casas na areia, pois, não preparam o alicerce sobre a “rocha” Jesus, autor e consumador da fé, deixando em baixa cotação o “ibope” ministerial. O conceito humanista, sobre a pessoa e presença do Senhor não o vê mais como “pedra fundamental” no alicerce da vida espiritual. Os costumes são alterados, gradativamente, estabelecendo a comunhão extremada em amizades no interesse econômico... O que é isso? São interesses engendrados na, factual, obra de investimento corporativista visando somente o superávit religioso. A instituição (Igreja) que deveria ser um organismo vivo chamado “corpo de Cristo”, deixa de sê-lo pela causa humanista, visionária e gananciosa.
QUEM É DIVINO, CRISTO OU O HOMEM?
Muitas casas estão ruindo pelo descaso espiritual que fazem da “divindade de Cristo”, pois, o sacrifício salvifico, consumado no Calvário, é, atualmente, modismo e aos poucos está caindo em desuso. Com o advento “progressista”, em torno da “política da boa vizinhança”, a ética sumariamente, foi posta de lado para que a “casa dos milagreiros” permaneça na suntuosidade “nepotista”. Há casas (Igrejas) que são verdadeiros “senados”, onde as nomeações são efetivadas apenas pela questão “financeira”, “profissional” e “social”... Se houver aparte para a “espiritualidade” como: “vocação” e “chamada”, poderá ser aprovado, porém, com adaptação aos acordos de bastidores... Por isso, casas edificadas sobre “sentimentos arenosos” apenas fortalecem a frustração e covardia. A constatação é observada pelo número de desviados dos caminhos do Senhor, que buscaram abrigo (na Igreja) para suas frustrações existenciais, mas, encontraram apenas o calabouço semelhante ao que viviam antes, perdidos na soberba da vida pregressa.
SUSTENTABILIDADE ESPIRITUAL.
A sabedoria estabelece um padrão moral e ético, em conformidade com a pregação que sustenta a alma, levando a refletir sobre a existência na eternidade. Não havendo sabedoria na esfera espiritual, não haverá confrontos e a espiritualidade será, cada vez mais, como casebres abandonados nos terrenos com riscos de desabamentos. A casa, com alicerce apropriado, não sofrerá rachaduras, umidades e enchentes nas épocas de temporais. Assim, a casa espiritual que abriga o Espírito Santo, chamada “templo” não será invadida e inóspita estando construída sobre a rocha. Também não deve ser edificada nos lugares que oferecem riscos letais como: charcos, aterros, encostas elevadas, a beira de rios, etc.
ALVARÁ PARA O “EGO”.
Como sustentar a permanência do Espírito Santo em casa com este padrão? Impossível! Ou a casa é bem edificada nos padrões celestiais, ou afunda tornando-se abrigo de demônios... Todavia, as mensagens, atualmente, oferecem terrenos e casas nas encostas da carnalidade. Isto é, a mensagem é uma “escritura” de satisfação do ego, elevando o orgulho e forjando a conquista, aparentemente, fortalecida por técnicas de oratória... O palavreado humano concorda, psicologicamente, com o positivismo do materialismo, dizendo: “Você pode...; Você é capaz...; Você determina...”; etc.
COMERCIALIZAÇÃO ESPIRITUAL.
Os tijolos, como palavras de lisonjas, vão sendo fabricados um a um para formar as paredes de uma prisão chamada “casa do cárcere”. A construção desta casa inferior, definido como “casa do pecado”, é a atual situação eclesial do homem. A soberba da ostentação materialista, possibilitando um ganho elevadíssimo, faz do organismo (a Igreja) uma “instituição monetária” fornecendo os “tijolos da carnalidade”. Os investimentos aumentam e “fazendárias mansões” surgem no campo do mundanismo. Daí, a comercialização espiritual se torna um padrão a fim de que, mais almas, venham a aderir ao novo modelo de “casa espiritualista”, menosprezando a conduta de seus possuidores...
A CRUZ E O PECADO.
Ora, na antiguidade, Deus tirou o homem da “casa da servidão”. Porque então estão retornando a ela? Embora, a situação de hoje possui mais tecnologia e sofisticação, a semelhança é idêntica. Muda apenas o tempo e a ascendência materialista. A escravidão levou Israel a buscar a Deus, que por sua vez, providenciou libertadores para conduzi-los ao local das promessas... Mas, quais são as promessas de Deus atualmente? Bens terrenos? Altos salários? Carrões do ano? Posições sociais? Vida terrena regalada? Que promessas são essas? São bíblicas? Devem ser propagadas a revelia? E o céu, onde fica? Aliás, que céu é este que apresentam os inventores dessa nova eclesiologia? A casa da servidão é mascarada de abençoada e libertadora; mas, não preenche as exigências divinas para ser validada. Por quê? Simplesmente porque não crucificam mais o corpo do pecado na cruz de Cristo.
IDEOLOGIA HIPNÓTICA.
“A casa da soberba está inclinada para a morte e suas veredas para os mortos” (Pv 2.18). Este é o saldo deixado pela ideologia determinista que escandaliza a pessoa de Jesus, tornando-o objeto de permuta para glórias terrenas. Os lenços ungidos; a água (benta) do rio Jordão; o óleo da unção; as rosas de Sharon e outros objetos fazem do Senhor o arquétipo dessa ideologia. Ideologias laboradas com a intenção de acrescentar “interpretações” ao cânon exegético das Sagradas Escrituras. Inserindo o “evangelho humanista” e construindo a satisfação egocêntrica, à custa dos sem consciência espiritual, formalizando a comercialização do sobrenatural de Deus, Jesus. Almas, para tais idealizadores, são produtos de barganha financeira...; os eloqüentes discursos são hipnóticos aos olhos dos que acreditam no “paraíso terreno”. Não se dão conta do sacrifício salvifico de Jesus! Pode-se dizer que, para eles, a morte de Cristo é irrelevante, já que o objetivo é evoluir a “casa do tesouro” construída à custa das utopias de quem não conhece o sofisma dessas ideologias.
NO PANTEÃO DOS DEUSES.
Jesus disse: “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar” (Jo 14.2). Ora, se Jesus fala sobre moradas celestiais, então deduzimos que é para lá que irão os fiéis! E, porque os discursos não enfatizam mais estas moradas na esfera celestial? O que acontece com os ensinos sobre “soteriologia” (a doutrina da salvação)? Quem é o “redentor” da humanidade decaída, longe do Criador? O ventre? A boa comida? As vestes? Os amigos? Quem?... Pouco se fala da redenção de Jesus, que pagou alto preço para resgatar a humanidade. Além disso, banalizam as estruturas celestiais, em detrimento da verdade que não cala: “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus;” (Rm 3.23). A consciência do pecado cede lugar à busca pela primazia terrena, e coloca o homem (indivíduo) no panteão dos deuses com suas mitologias e ensaios sobre a vida. “O Monte Olimpo” mundano é reconstruído nas ideologias da supremacia divinizada do homem que, através das declarações positivistas, fortalecem a interferência no cumprimento bíblico. Porque o “evangelho de autoajuda” pressupõe, que o homem pode se autorresgatar das profundezas existencialistas.
CONCUPISCÊNCIA MENTAL.
A sabedoria exige um lugar diante da relevância histórica sob o aspecto da criação humana. Exige a reflexão sobre a existência de Deu, como organizador da coletividade desta “raça” que endeusa pessoas e objetos, falsificando a verdade dos fatos. Para o homem tudo é motivo para inovar e, como conseqüência, destrói a doutrina Sagrada de Deus, tomando a racionalidade da adoração espiritual. A falta de entendimento (sabedoria), no contexto, eleva a concupiscência mental, desencadeando o conflito humanístico quanto ao destino desta geração. “Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram” (Rm 5.12). Ora, o pecado, travestido de invenções eclesiásticas, ofusca os olhos de quem o pratica. Tal visão distorcida da realidade, enquanto plenitude existencial e carnal eleva o “ventre” a posição redentora, patrimonial, exclusivista e mercadejante. Pois, na visão panorâmica do celestial, desde o horizonte, elevando-se ao firmamento, torna-se impossível a sustentação... O peso do mundo avassala o humano, fazendo-o escravo dos seus próprios deleites carnais. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não conheceu a Deus pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação” (1 Co 1.21).
PADRÃO CRISTOLÓGICO.
A loucura dessa ideologia insere descasos dos pregadores do “quinto evangelho”, incorporando o “venha como está, e fique como quiser”. Não existe evangelho sem transformação de vida! Se não há conversão, no âmbito geral e profundo, é impossível se dizer cristão... Ser cristão é edificar a casa espiritual na “Rocha” que é Cristo. Se não for edificada nos padrões “cristológico”, toda declaração espiritual não existirá. Ao primeiro sinal de provações a casa cai em ruínas e os destroços tornar-se-ão um monturo de escândalos. Portanto, “ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!” (Mt 18.7). Deste modo, a fuga da casa da servidão é a melhor atitude a se tomar, buscando as moradas celestiais mortificando o corpo carnal para que o Espírito Santo edifique o templo através de uma vida espiritual e santificada.
AREIAS DO MUNDANISMO.
A casa é a vivência do homem terreno, que precisa de reforma pela presença do Espírito Santo, levando-o a eternidade. A sabedoria é a prática da nova vida “com” e “para” Cristo, sem as mazelas do mundo pecaminoso. Não há ideologias humanistas e existenciais que construa uma casa como Jesus, “pedra angular do edifício”, que Deus deu através dos séculos para os fiéis que devem permanecer até o fim... A casa (Igreja) e a sabedoria (ensinos de Jesus) são elementos fundamentais para alcançar a eternidade com Deus. Sem a edificação espiritual com Cristo, as areias do mundanismo soterrarão toda a edificação e, qualquer idéia humanista, à parte da cristologia bíblica. Afinal, Jesus é a pedra que os edificadores rejeitaram e faz falta na fundação desta nova vida. Enfim, Jesus não é apenas a pedra fundamental do alicerce espiritual, ele é santidade personificada e vivente no casarão chamado alma... Casarão que precisa de reforma urgente pela pregação do EVANGELHO restaurador e transformador... Basta de invenções harmonizadas com ideologias que representam apenas o “aqui e agora”, com comercializações espiritualistas comprando, vendendo, comendo, folgando e permutando com a salvação oferecida pela “graça e conhecimento” ditados em Jesus Cristo.
TRANSAÇÃO GERSIANA.
Façamos uma reflexão mais apurada sobre a posição, puramente financeira, que envolve almas nas casas (Igrejas), oferecendo um produto com soluções imediatista... Soluções que se desmancham na soleira da porta, quando a realidade é, novamente, encarada com incredulidade, pois, nada de concreto aconteceu... Tudo não passou de palavras ditas ao vento. Por isso, quando as almas se desviam não entendemos a causa. Porém, refletindo atentamente, é percebido o motivo... Lideranças se preocupam mais com resultados financeiros, advindos das transações “Gersiana”, do que com o evangelho pleno e resgatador, que muda verdadeiramente, homens da vil maneira de viver. O evangelho de Jesus não apresenta casas terrenas, carros luxuosos, posição social elevada; muito menos que a terra é o lugar dos santos e purificados pelo seu sangue. Afinal, qual o significado destas palavras ditas por Jesus: “Na casa de meu Pai há muitas moradas...” (?).
PROPINA ESPIRITUAL.
Estão trocando o eterno pelo efêmero, pois, o custo da propina espiritual é facilitado pelos acordos feitos com quem pratica, de forma progressista, as “indulgências medievais”... Outra coisa observável é a prática da “simonia”. Por quê? Porque se o homem é bem sucedido, financeiramente poderá, à custa deste privilégio econômico, adquirir cargos na casa (Igreja) de Deus.
COMUNHÃO OU PURGATÓRIO ESPIRITUAL?
É necessário, urgentemente, uma reforma que faça os homens serem edificados em Cristo, único autor e consumador da fé. O verdadeiro cristianismo tem comunhão com o Espírito Santo no “ser” humano. Pois, ultimamente, estão tratando a Jesus como hóspede que paga para residir no homem, sem que o mesmo se arrependa dos pecados. Ora, se não há arrependimento, não há conversão e não havendo conversão não há evangelho de poder, apenas discursos que massageiam o “ego”. Dessa forma, não é possível dizer que Cristo cura, liberta, batiza no Espírito Santo e leva o homem arrependido e convertido para o céu..., ou será que é “purgatório evangélico”?
RESSUSCITADOS COM A MENTE DE CRISTO.
A casa é a alma e a sabedoria a consciência de que Jesus é o único que edifica, na raça humana, a certeza da eternidade. Pois, ao ressuscitar foi para o Pai a fim de preparar lugar (moradas) na eternidade. Edificando sobre ele mesmo as vidas resgatadas do lamaçal do pecado; incluindo a libertação do materialismo comercial “egocentricamente” financeiros... Que os líderes evangélicos busquem a graça e o conhecimento espiritual através da “mente de Cristo”, lembrando-se do exemplo do Senhor que morreu vergonhosamente no Calvário, para salvar esta geração “má” e “adultera”...
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