29/10/2012

TRÊS SINAIS DA FÉ VIVA

Tema: “Renovação”.
Texto: (“Salmo 40.1-10”).

Introdução.

Às vezes nos falta ânimo para fazer qualquer coisa; trabalhar, estudar, se divertir, entre outras coisas. No campo espiritual também não é diferente, pois há dias em que nos vemos desfalecidos para a obra do Senhor. É nesse momento que devemos buscar na Palavra de Deus alento e forças para continuarmos sem desfalecimento.

Uma leitura mais apurada nas Sagradas Escrituras nos fará renovar as forças e, revitalizados pela presença do Senhor, conseguimos superar as fraquezas do corpo e do espírito. Por isso, nos propomos falar sobre os Três sinais da fé viva – Renovação, afim de que possamos nos nutrir de virtudes para continuarmos a caminhada que é muito longa.

No Salmo 40 versículos de 1 a 10 encontramos esses três sinais da fé viva, os quais serão explanados conforme o contexto. Observe:

I. Clamar (Sl 40.1).

a) Esperei pelo Senhor
Ele ouviu meu clamor. Jó disse: “Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos”. Assim como o Salmista disse: “Esperei com paciência no Senhor...” (Sl 40.1).

O reforço cai sobre a palavra esperança. A esperança é um sinal na vida de quem crê sempre, mesmo que as circunstâncias sejam desfavoráveis. Paulo, escrevendo aos Romanos, no capítulo 12, disse: “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;” (Rm 12.12). Nesta passagem temos três fases que envolvem o clamor – ALEGRIA; PACIÊNCIA; PERSEVERANÇA.

Precisamos clamar! Clamar até que o Senhor nos ouça, e nos diga: “Que queres que faça?” Daí por diante desfrutaremos das bênçãos conquistadas pela fé!

b) O clamor por compaixão (Sl 51.1; Lc 18.13).
Ao ser colocado essa frase, devemos entender que se trata de nós mesmos. Por quê? Porque somos pecadores, embora redimidos pelo sangue de Jesus, somos pecadores ainda! Paulo entendeu bem este assunto, e escreveu dizendo: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (I Tm 1.15).

Quando nos colocamos em oração, diante do Senhor, reconhecemos a nossa fragilidade e então buscamos mais do seu poder. Agindo assim, confessamos nosso pecado e o pecado da humanidade. Temos o exemplo de Daniel, que fez o propósito de “buscar a Deus com oração e rogos, com jejum, e saco e cinza. E orou...” (Dn 9.3 ss).

Quando elevamos a Deus um clamor, devemos crer em sua compaixão, misericórdia e perdão. Neste momento, desejamos que cada um dos presentes neste culto, receba e sinta a presença de Deus em compaixão e misericórdia. O Senhor perdoa! Davi orou, e disse: “Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias” (Sl 51.1).

Outro exemplo de clamor, e reconhecimento da soberania e perdão de Deus, é o registro na “parábola do fariseu e do publicano”. Um lindo modelo de clamor e adoração ao mesmo tempo. “O publicano, porém, estando de pé, de longe, nem ainda queria levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador1” (Lc 18.13).

Amados, vamos clamar pela compaixão e por misericórdia por nós mesmos, reconhecendo nossos pecados, e pedindo perdão busquemos a vitória pela fé em Jesus Cristo!...

c) O clamor do perigo (Mt 8.25).
A situação que observamos a seguir é de calamidade e medo. É o clamor de um seguidor de Cristo, isto é, discípulos de Cristo. A circunstância desesperadora prenunciava inevitável naufrágio seguido de feridos e morte. Mas, alguém teve coragem de clamar por socorro! “E os seus discípulos, aproximando-se, o despertaram, dizendo: Senhor salva-nos que perecemos” (Mt 8.25).

Nessa cena, podemos observar pelo menos três fatos importantes que ilustra o pensamento acerca do clamor como sinal de uma fé viva.

1º. Fato – Circunstâncias impossíveis nos fazem clamar, pois as tribulações, aflições, etc., Jesus disse: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo”. Mesmo que tudo pareça impossível diante de nós, o sincero clamor desperta a ação de Deus a nosso favor. O problema dos discípulos era o temporal de vento, por isso clamaram, e Jesus repreendeu o temporal!

2º. Fato – Os discípulos, apesar do vendaval, estavam assegurados por aquele que tudo pode – o Mestre. Ele também estava envolvido naquela situação! Entretanto, os discípulos foram pedir-lhe socorro com sentimento de medo, tal era o peso da tormenta.

O medo fez com que clamassem. Quantas vezes, também, não sentimos a mesma coisa? Medo de assaltos; bala perdida; dos marginais viciados; doenças contagiosas – AIDS, câncer, lepra, etc.. Sentimos medo de perder o emprego... Medo de perder a própria vida! Mas, para vencer temos que clamar, pois essa atitude faz parte da fé viva de quem crê que o Senhor é Salvador de todos os perigos. Davi suplicou, dizendo: “Apressa-te ó Deus, em me livrar; Senhor apressa-te, em ajudar-me” (Sl 70.1).

3º. Fato – A coletividade, isto é, um mesmo propósito. Os discípulos estavam juntos na mesma situação. Estava no mesmo barco; na mesma tempestade e, juntos, clamaram ao Mestre. Nós estamos na mesma Igreja; no mesmo ministério (denominação) no mesmo propósito... Nossa função é clamar a Deus para que almas sejam salvas; batizadas nas águas e no Espírito Santo. Devemos clamar a Jesus para que ele nos ajude e prospere a nossa vida e a nossa Igreja. A obra é de Deus!

d) O clamor do necessitado: Segue a salvação (Mt 15.22,25,28).
É fato que o necessitado geme, chora, busca recursos onde pode. Às vezes é despojado de tudo, até dos bens financeiros, a fim de suprir suas necessidades. Porém, a Bíblia mostra o episódio da mulher Cananéia, a qual clamou da seguinte forma: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada” (Mt 15.22b). Segue-se um rápido diálogo, entre a mulher e Jesus. Após curtas palavras entre eles, ela chegou e o adorou, dizendo: “Senhor, socorre-me” (Mt 15.25).

A mulher estava necessitada; tinha uma necessidade urgente – sua filha estava “miseravelmente possessa” – e, precisava ser liberta. Jesus, em princípio, ficou em silêncio, o discípulo tomaram a palavra, rogando-lhe que a despedisse, porque ia gritando atrás deles. As palavras de Jesus soaram como o estalido de um trovão! Parecia que iria ajudá-la, porém, a grande necessidade dela a fez responder com desespero e angústia de alma: “Sim, Senhor, mas também os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus senhores”. Essa colocação humilde foi o bastante para que ela fosse assistida e sua filha liberta do demônio.

Irmãos, se a sua necessidade é grande; grande também deve ser a sua atitude de fé. Aqui, no episódio da mulher Cananéia pode observar três pontos chave, que nos fará compreender que Jesus responde ao clamor do necessitado:

1) Ela foi atrás de Jesus clamando “Senhor, Filho de Davi...”.
2) Ela adorou (Mt 15.25), e pediu socorro.
3) Ela mostrou sua necessidade e desespero quando se humilhou dizendo que até os cachorrinhos comem das migalhas da mesa dos seus senhores.

Amados irmãos, toda ação sofre uma reação. O clamor agiu no coração do Senhor, fazendo-o reagir com justiça e poder. Podemos observar que a reação foi de vitória, pois com compaixão, o Senhor disse: “Ó mulher, grande é a tua fé. Seja isso feito para contigo, como tu desejas. E desde àquela hora, a sua filha ficou sã. Glórias a Deus!

e) O clamor da fé que traz a salvação (Sl 40.1,2).
Finalizando a primeira parte do tema abordamos agora o fato de que muitos pregadores e ensinadores da Palavra de Deus tomam o Salmo 40 somente usando de parcialidade. Abrem a Bíblia e lêem só o primeiro versículo enfatizando a paciência, mas sempre caindo no “chavão” esperei. Amados, no salmo observamos, desde o subtítulo, que a ênfase é “alma paciente”; “obediência e não sacrifício” e, “oração a Deus por livramento de todo o mal” – inclusive do pecado.

A alma paciente recebe alento para continuar clamando, isto é, nota-se pelas palavras “... e ele inclinou-se para mim, e ouviu o meu clamor”. A alma paciente recebe ensinamento para obedecer muito mais do que sacrificar; ficando assim, a mercê da vontade de Deus. Porque a paciência e a obediência não são atitudes de penúria, nem autocomiseração ao ponto de se entregar às situações comprometedoras no sentido de conformidade com o fato de adotarmos uma filosofia do tipo: “Vamos deixar como está, para ver como é que fica”. Não! O clamor da fé trás salvação! “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo;...”. Deus atende ao clamor da fé para a salvação! “... Pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos” (Sl 40.2). A ênfase está sobre três pontos relacionados ao clamor da salvação:

1º. “Tirou-me do pecado” – salvação em andamento.
2º. “Pés sobre uma rocha” – salvação alcançada pela misericórdia do Senhor.
3º. “Firmou os meus passos” – salvação testificada; você é uma testemunha dos atos salvíficos de Cristo.

Portanto, o seu clamor deve ser feito com fé para sua salvação, e a salvação dos que estão à sua volta. Clamemos com fé, para que haja salvação em nosso meio!

II. Cantar (Sl 40.3).

Faz parte da adoração ao Senhor, pois quem tem uma fé viva, canta louvores de adoração... Quando a fé vai se tornando ativa, temos alegria no coração. E quando estamos alegres entoamos um cântico novo. Vejamos:

a) Ele pôs um cântico na minha boca (Sl 40.3).
Quando ouvimos um cântico de adoração inspirado por Deus, ficamos a meditar na harmonia entre letra e música. Como isso chama a atenção! Muitos que estão à volta se contagiam e começam a adorar a Deus, pois na seqüência do Salmo, no versículo 4, o salmista diz: “Bem-Aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança e que não respeita os soberbos, nem os que se desviam para a mentira” (Sl 40.4).

Podemos dizer que um hino ao nosso Deus é a expressão da fé viva, que transborda do coração e exalta a sua Soberania, levando a todos a um êxtase espiritual, pela manifestação de sua presença em nosso ser! Quem está alegre, canta; e, quem canta encanta; e o encantado reconhece a majestade do Senhor e o adora!

“Um cântico novo”; é também a expressão de agradecimento pelas conquistas. “Um cântico novo” é a expressão de quem clamou e foi ouvido, e agora exalta a Deus soberano pela resposta alcançada. “Um cântico novo” é a certeza alegre da salvação obtida sem merecimento. “Quem somos nós?” Outrora, nada. Agora, somos adoradores do Senhor que fez, e faz maravilhas! “E pôs um cântico novo na minha boca...” Tomando posse de um cântico novo, podemos encerrar essa parte dizendo: “O tempo de cantar chega...” Cante um cântico novo, pois raiou a luz de Cristo sobre nossas vidas. Adore ao Senhor!

b) Quem é o cantor? O salvo!
O momento é de reflexão, porque a respeito do salvo não podemos esquecer que:

1) O salvo nunca se esquece de onde saiu.
2) O salvo nunca desobedece.
3) O salvo nunca se rebela contra o seu salvador.
4) O alvo nunca se volta para outro deus, que não somente o Todo-Poderoso.
5) O salvo nunca deixa de agradecer.
6) O salvo nunca folga com a perdição alheia, mas procura ganhar o perdido pecador para Cristo.
7) O salvo nunca fica magoado, pois sabe que seu Senhor é um bálsamo que alivia as tensões.
8) O salvo nunca se embaraça com negócios dessa vida.
9) O salvo nunca deixa as fileiras da milícia, em cujo capitão Jesus o alistou.
10) O salvo em tudo reconhece a mão de Deus, e sabe tirar proveito de tudo.
11) O salvo nunca cessa de orar.
12) O salvo nunca deixa de glorificar a Deus com, e por tudo que tem.
13) O salvo nunca deixa de buscar um cântico novo para adorar ao Senhor.
14) O salvo reconhece ser ainda um pecador, e por isso adora ainda mais a Deus, porque sabe que “as muitas misericórdias do Senhor é a causa de não ser consumido”.
15) O salvo dá testemunho do Senhor e Salvador de sua vida – todos os dias.
16) O salvo é alegre; salmodia; canta; ora e se rende aos pés de Cristo.
17) O salvo reflete em seu rosto a plenitude de Cristo, o único Salvador...

Portanto, digo que o Senhor colocou um cântico novo em nossa boca. Dessa forma, adoramos e cantamos louvores a Deus, que nos deu a salvação por nosso Senhor e salvador Jesus Cristo. Aleluia!

c) O que o salvo canta? O novo cântico.
Certamente o salvo não canta coisas mundanas, muito menos busca inspiração nas músicas do mundo, fazendo adaptações que desagradam a Deus. Isto é enganação com justificativas absurdas, pois as mesmas músicas diminuem a grandeza e inspiração que o Espírito Santo dispensa para com o salvo. Isto é, aquele que age dessa forma demonstra que não busca a inspiração na revelação de Deus para sua vida. Ele menospreza ao Senhor.

Claro que muitos vão discordar, e é até bom que seja assim, porque notaremos a diferença entre o mundanismo e o espiritual. O que é esse cântico novo? Sintam-se em liberdade para refletir. Enquanto pensamos sobre o assunto diante do que está revelado nas Escrituras, reforçamos a tese para defender a ação de louvar a Deus. No que implica ter a inspiração espiritual para louvar-mos a Deus? É uma inspiração que revela o próprio Deus na fé viva, que reflete a plenitude de uma vida com Deus. Deus seja louvado!

Pare e pense! Esse cântico novo está em seus lábios? Lembre-se, o cântico novo é um dos sinais da fé viva demonstrada na pessoa de Jesus, confessando-o com louvor e adoração! Comece a cantar o cântico novo, pois a nossa vida está escondida em Cristo Jesus. Só ele pode nos dar grandes vitórias.

Observe com atenção a passagem bíblica, no Livro do Apocalipse, que diz: “E, havendo tomado o Livro, s quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o Livro e de abrir os seus selos, porque fostes morto e com seu sangue comprou para Deus homens de toda a tribo, e língua, e povo, e nação;” (Ap 5.9,10).

Fomos comprados por preço de sangue; o sangue de Jesus que nos purifica de todo o pecado. Esse é o motivo maior para entoarmos o cântico novo! Adore ao Senhor, ele é digno de ser louvado!

Portanto, como sinais da fé viva em Jesus Cristo têm o cântico, o clamor e o testemunho.

III. Falar e testemunhar (Sl 40.3-5, 9,10).

O terceiro sinal da fé viva que podemos extrair do Salmo 40.1-10 é o momento em que o salmista revela a importância de falar e testemunhar das maravilhas de Deus! Assim, as palavras chave do texto demonstram através da ação, a atitude de Davi. No versículo três vemos o verbo ver – “muitos o verão”. A analogia aqui é que todos precisam ver a ação de Deus em você, na sua vida!

Quantas vezes, por atitudes inóspitas, deixamos de revelar nossa fé em Deus, e conseqüentemente, Deus deixa de ser glorificado. Não podemos deixar isso acontecer! Todos têm que ver Deus em todas as suas atitudes. Isto é uma forma de testemunhar.

Outra palavra que observamos é o verbo – “anunciar” – no versículo cinco. “... eu quisera anunciá-los e manifestá-los,...” O peso do versículo cai sobre a ação, porque mesmo com dificuldades de praticá-la (anunciar), devemos por todos os meios, principalmente pela fé, anunciar as “muitas maravilhas do Senhor” (Sl 40.5 a).

Portanto, devemos anunciar a Jesus Cristo como Senhor, Salvador e libertador. O que cura e que deu sua vida por nós pecadores como sinal da fé viva. Outra palavra que encerra uma ação de testemunho é o verbo “pregar” no versículo 9.a. “Preguei a justiça na grande congregação...” Isto implica na propagação do cristianismo, pela fé, o qual aceitou fazendo confissão de que Jesus é nosso Senhor e Salvador. Repito estas palavras dando maior ênfase, dizendo: “Pregue a Palavra de Deus!” Pregue a salvação em Jesus Cristo. Pregue as boas novas. Nossa vida deve ser uma pregação de todos os dias. Pregue... “Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome” (Sl 103.1). “Bendizei ao Senhor, todas as obras, em todos os lugares do seu domínio” (Sl 103.22).

Para concluir, afirmamos que este terceiro sinal da fé viva pode ser visto da seguinte forma:

1º. Primeiro fala o seu andar – muitos o verão.
2º. O testemunhar – falar das incontáveis maravilhas de Deus.
3º. Glorificar – sua adoração no templo (congregação).

Os três sinais da fé viva é uma dádiva de Deus aos seus servos, pois com eles podemos crescer na graça e no conhecimento do Senhor Jesus a fim de que ele seja adorado na beleza da sua santidade. Glorifique a Deus! Deus está neste santo lugar. Adore a ele e seja vitorioso na fé viva.

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