09/03/2013

HÁ UM MILAGRE EM SUA CASA

LIÇÃO 10

10 de Março de 2013
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Reis 4.1-7

  • Introdução.
Muitas vezes as circunstâncias são adversas e não sabemos o fazer, então ficamos apreensivos e preocupados, chegando às bordas do desespero. Porém, na lição de hoje veremos o quanto Deus pode fazer com, apenas, um pouco do que temos em casa. A passagem que envolve a viúva em seu lar revelam que a escassez pode se tornar em abundância, o vazio pode ficar cheio e o pouco pode se transformar em muito. Foi o caso da viúva, quando, num período de necessidade, ela tinha apenas um pouco de azeite e nada mais... Além disso, havia credores a fazer-lhe perder o sono. Não tinha como saldar sua dívida. Nesse ponto observamos como a graça de Deus alcança corações desesperados. O texto é claro quando revela que milagres acontecem, primeiramente em decorrência da bondade de Deus e, em seguida, em resposta a uma fé obediente.Vejamos os pontos principais dessa lição:

MOTIVAÇÃO DO MILAGRE

  • A Necessidade Humana.
As bênçãos de Deus vêm em resposta à necessidade humana. O milagre realizado na casa da viúva de um dos discípulos dos profetas confirma o fato (2 Rs 4.1-7). Por inferência do texto observamos a estrema penúria em que a mulher havia ficado ao perder seu marido. Corria a risco de perder, por causa da dívida, os filhos para os credores.

O costume daqueles dias era que o credor poderia exigir, como pagamento, que o devedor se tornasse um serviçal ou escravo (2 Rs 4.1b). A viúva, portanto, precisava urgentemente que alguma coisa fosse feita para livrá-la de tal situação. Ela sabia que o profeta Eliseu era um homem de Deus, e a ele recorreu (v. 1). A Escritura revela que o Senhor vem em socorro do necessitado (Sl 40.17; 69.33; Is 25.4; Jr 20.13).

Os milagres não acontecem apenas por acontecer, pois, se assim fosse não seria milagre. Deus opera em conformidade com a sua Palavra. No entanto, a viúva precisou dar um passo em direção ao problema, recorrendo a alguém que pudesse ajudá-la. Nesse caso, conhecendo o profeta de Deus, sabia que ele a poderia ajudar. Eliseu foi um homem de Deus e portador da bênção para aquele viúva.

  • Misericórdia Divina.
O milagre não aconteceu apenas como resposta à carência humana, mas também ocorreu graças à compaixão divina. Se alguém pensar que, por ser pobre é que a viúva foi socorrida, estará cometendo um sacrilégio contra Deus. Muito menos por ter sido esposa de um dos discípulos dos profetas (2 Rs 4.1). No texto está implícito que ela "clamou" ao profeta Eliseu (2 Rs 4.1). O termo que traduz a palavra clamar possui o sentido de "clamar por ajuda", "chorar em voz alta". Então podemos notar que o profeta ficou sensibilizado, e disso podemos aprender que Deus se compadeceu daquela mulher sofredora. O Senhor é compassivo, misericordioso e longânimo (Êx 34.6; 2 Cr 30.9; Sl 116.5).


Tal situação revela o quanto aquela viúva estava desesperada e não tinha a quem recorrer, senão se lançar diante do homem de Deus e "clamar com grande choro". A lição que podemos tirar deste contexto nos remeterá às palavras do próprio Deus que disse, através do Profeta Jeremias: "Clama a mim e responder-te-ei, e anunciarei coisas grandes e firmes que não sabes" (Jr 33.3). Ou então, observar o que disse o Salmista: "O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã (Sl 30.5b). Saiba que a situação daquela viúva é a história de muitas mulheres nos dias em que estamos vivendo. Estão desamparadas, desesperadas, abandonadas e viúvas muitas vezes de marido vivo. 

São mulheres que se entregam ao desespero completo e acabam na sarjeta de uma sociedade que visa apenas a lei do mais forte. Uma sociedade que, corrompida, escravizam vidas, levando-as à escravidão pecaminosa. Mas, felizmente, não foi o caso da viúva, ela soube a quem procurar. Ela foi na fonte certa, buscou no profeta de Deus a solução para o seu problema. Deus se compadeceu dela e operou a multiplicação do azeite. Quantas hoje não têm a mesma "sorte", ou não sabem onde procurar ajuda e, sem Deus, se perdem na escuridão do pecado. Que Deus possa continuar socorrendo a mulheres, viúvas ou não, operando não somente o milagre da multiplicação, mas também da salvação de suas almas.

A DINÂMICA DO MILAGRE

  • Um Pouco de Azeite.
Ao ver a situação da viúva, e não podendo se omitir do caso, Eliseu perguntou-lhe: "Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que que tens em casa. E ela disse: Tua serva não tem nada em casa, senão uma botija de azeite" (2 Rs 4.2). Há duas coisas que devemos observar neste contexto:
  1. O milagre acontece na esfera familiar: "O que tens em casa". Lar e família são importantes para Deus.
  2. Saiba que "um pouquinho pode tornar-se muito" se vem com a bênção de Deus.
No texto hebraico é destacado que a porção de azeite dessa viúva era tão "minguada" que quase esqueceu que o possuía. Mas, foi esse pouco que o Senhor usou para operar o grande milagre. O que possuímos pode ser muito pouco, mas será o suficiente para Deus operar seus grandes propósitos.

A viúva, talvez, não soubesse como o milagre seria realizado, mas o importante nessa circunstância é aprender que "o pouco com Deus é muito, e o muito sem Deus é nada". Além disso, não haverá situação, por mais difícil que seja, que de Deus não advenha a solução. Lembrem-se que o Senhor multiplicou a pescaria (150 grandes peixes), o Senhor multiplicou os pães (12 grandes cestos foram as sobras). Então, a pergunta é: "O que é o que tens em casa?". Faça seu clamor diante de Deus e aproveite o milagre que Deus irá fazer. "Se creres verás a glória de Deus".
  • Uma Fé Obediente.
A provisão de Deus tem como acompanhamento o acatar as instruções. No caso da viúva podemos notar que ela acatou-as. A instrução passada pelo profeta Eliseu é bastante reveladora sobre a dinâmica do milagre (2 Rs 4.3-5). Vejamos como se deu o fato:
  1. O profeta chamou a mulher à ação: "Vai, pede para ti vasos emprestados". A fé é demonstrada pela ação (Tg 2.17). Jesus também viu a fé do paralítico e dos homens que o conduziram em Cafarnaum (Mc 2.1-12).
  2. O milagre deveria acontecer de portas fechadas: "Fecha a porta", disse o profeta. A mulher obedeceu ao profeta, e o azeite começou a fluir. Assim, ela pôde salvar os filhos, pagar as dívidas e viver dignamente.
Há muitos fatores que denunciam a falta de milagres em nossos dias, e um deles é o estrelismo. Na verdade, muitos homens ditos "homens de Deus", querem apenas a notoriedade, o estrelato. Fazem muita pompa em cima da simplicidade da Palavra de Deus, gastam muita lábia na erudição propagandista e, no final, o que sobra é apenas um produto a ser vendido. No contexto da viúva, a lição que aprendemos sobre o milagre é muito simples, temos apenas que fechar a porta, e no secreto do quarto ou cômodo, derramarmo-nos diante do Pai. Jesus disse: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente" (Mt 6.6). Os homens são tendenciosos e gostam de aparecer e vangloriar-se (Lc 12.15). Deixam a porta aberta para serem vistos.

OS INSTRUMENTOS DO MILAGRE

  • O Instrumento Humano.
O instrumentalidade humana é muito usada por Deus. São as pessoas que se entregam plenamente a Deus que ele usa. Várias vezes, Eliseu é chamado de "Homem de Deus" (2 Rs 4.7,9,16; 6.9). Todo estes contextos demonstram que Eliseu era um instrumento de Deus para a operação de milagres. Deus usa homens! Esse fato é, fartamente, demonstrado nas Escrituras. Para formar uma nação e revelar seu plano de salvação, o Senhor chamou um homem, Abraão (Gn 12). Para tirar os hebreus do Egito, Deus usou um homem, Moisés (Êx 4.1-17). Para levar as "Boas Novas" (Evangelho) aos gentios, o Senhor usou a Pedro (At 10-11). Deus chamou a Paulo para ser "um instrumento escolhido" para levar seu Nome perante os nobres (At 9.15). Para nos salvar, Deus humanizou-se na pessoa de Jesus Cristo (Jo 1.1,18; Fp 2.1-11).

Neste ponto podemos fazer a seguinte reflexão: "Não podemos nos deixar abater por termos apenas um pouquinho, mas devemos confiar que Deus poderá transbordar esse pouco fazendo-o uma grande fartura. Devemos crer que ele pode nos usar para realizar grandes milagres na vida de pessoas que estejam em desespero, e não sabem onde buscar solução. Saber que Deus não mudou, e que 'Ele é o mesmo ontem, hoje e eternamente'. Crer que somos chamados e vocacionados para um ministério de poder e milagres. Não duvidar jamais do milagre realizado. Afinal, temos a presença de Deus em nossas vidas, enquanto cristãos, que é o Espírito Santo. Este sim, usa a instrumentalidade humana para realizar grandiosos milagres em nossas vida e na vida de muitos". Deus conta com você (Mt 28.19).
  • O Instrumento Divino.
A instrumentalidade divina é fator preponderante na eficácia do milagre e precisa da ação contínua no fator humano, a fé. "Ora, sem fé é impossível agradar a Deus". A fé move os braços de Deus, o coração de Deus e faz com que Ele desencadeie a ação abençoadora do milagre. Uma grande fome assolava Samaria, o profeta Eliseu  profetizou abundância de alimentos: "Então, disse Eliseu: Ouvi a Palavra do Senhor; assim diz o Senhor: Amanhã, quase a este tempo, uma medida de farinha haverá por um siclo, e duas medidas de cevada, por um siclo, à porta de Samaria" (2 Rs 7.1).

De face com a situação desconfortável por causa da fome, era pouco provável que tal profecia pudesse se cumprir. Era tão improvável tal acontecimento que isso levou o capitão, braço direito do rei, a ironizar dizendo: "Ainda que o Senhor fizesse janelas no céu, poder-se-ia fazer isso?" (2 Rs 7.2). Porém, a profecia cumpriu-se exatamente como predita por Eliseu (2 Rs 7.16-20). O texto revela que a Palavra do Senhor como agente causador do milagre. O escritor observa que esses fatos foram "segundo a palavra do Senhor" (2 Rs 7.16). Tudo o que o Senhor faz, Ele o faz através de sua Palavra.

Temos, neste caso, o fator divino que  efetiva a ação abençoadora dos milagres. Ora, se a eficácia da bênção de Deus é segundo a sua Palavra, o que resta a fazer como servos do Altíssimo é praticar uma fé obediente em função da sua ação sobrenatural, afinal Ele opera "... tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade" (Fp 2.13).

O OBJETIVO DO MILAGRE
  • Uma Resposta Ao Sofrimento. 
As pessoas vivem no corre-corre do dia-a-dia, não têm tempo para refletir sobre o estado da alma. Muitos sofrem internamente; são problemas psicossomáticos que, por causa do auto nível de "stress", as levam a um estado de espírito totalmente apático quanto aos próprios anseios. Todavia, há um Deus que responde a tais anseios, buscando revelar-se o mais claro possível para as pessoas. Então, temos que todos os milagres são uma resposta à necessidade humana e também ao sofrimento (2 Rs 4.1-38; 5.1-19; 6.1-7). Os milagres realizados por Eliseu deixam isso bem claro.

No Novo Testamento temos a revelação de que o Senhor libertava e curava porque se compadecia do sofrimento humano (Lc 13.10-17; Mc 1.40-45). Disso tiramos importantes lições para usufruirmos dos milagres do Senhor. Sua compaixão é o motor que move a ação do sobrenatural de Deus, "porque Deus amou o mundo de tal maneira...". A humanidade sofre e vive em grandes conflitos, as doenças e as mazelas da sociedade têm causado grandes males na vida das pessoas. Sabemos que a doença do século chama-se "Depressão" e tem feito muitas vítimas porque as pessoa, em muitos casos, não sabem lidar com a adversidade.  

A viúva estava numa situação, cuja qual, se não tivesse procurado o homem de Deus, certamente teria sofrido duras consequências como: a falta de tudo menos do pouco azeite, e teria perdido os filhos para os credores. No fim de tudo teria se entregado o que desse e viesse como forma de fugir da dura realidade, e por fim teria morrido no seu desgosto. Mas, ela preferiu clamar com alta voz ao homem de Deus. As pessoas deveriam clamar mais ao Deus vivo e verdadeiro na intenção de movê-lo através do sobrenatural, colocando a fé em prática. O importante, dentro da necessidade humana e da resposta ao sofrimento, é que podemos contar com presença do Senhor através do Espírito Santo.
  • Glorificar a Deus.
Os milagres, portanto, são uma resposta de Deus ao sofrimento humano. Mas, cabe ressaltar que eles não estão centralizados no homem, mas em Deus. Os milagres da narrativa bíblica foram escritos com o objetivo de glorificar a Deus. Podemos vasculhar a Bíblia Sagrada de capa a capa, e não encontraremos qualquer menção de milagres ocorridos voltados para o estrelismo dos homens, pelo contrário, todos objetivam glorificar a Deus.

Em nenhum momento encontraremos os profetas buscando chamar a atenção para si mesmos por causa dos milagres que realizaram. Não tiravam proveito deles. Não queriam o estrelato. Não queriam notoriedade. Queriam apenas que Deus fosse glorificado através da instrumentalidade humana. Deus usa homens, mas os homens não podem, jamais, usar a Deus.

Todos que tentaram tirar proveito dos milagres que deveriam glorificar a Deus, ou tentaram se beneficiar de forma indevida sofreu consequências terríveis. Quem tentou fazer isso e tirar proveito de forma indevida foi Geazi, o moço de Eliseu. Entretanto, quando isso aconteceu, ele foi severamente ounido (2 Rs 5.20-27).

A passagem bíblica que demonstra que "toda honra" e "toda glória" pertencem a Deus está no Livro de Atos dos Apóstolos. Pedro e Paulo colocam em destaque esse fato e mostram que Deus, e não os homens, é quem deve ser glorificado (At 3.8,12; 14.14,15).

CONCLUSÃO


"A mulher e seus filhos recolheram vasos de seus vizinhos e despejaram o azeite neles a partir de um único frasco... O óleo só parou de fluir quando não havia mais vasilhas... O Senhor é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedirmos ou pensamos" (Ef 3.20).

A multiplicação do azeite é um testemunho do poder de Deus, o qual se compadece dos sofredores que o buscam de todo o coração. Todavia, o foco dessa história não é a viúva e muito menos o profeta Eliseu, mas Deus que, através da instrumentalidade do seu servo abençoou a pobre mulher. Tal narrativa nos remete a outro feito sobrenatural e mais relevante que esse - a multiplicação dos peixes e pães por nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele foi, é e sempre será a resposta a todo o sofrimento humano.

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